domingo, 6 de março de 2011

Além do Arco-Íris

Além do Arco-Íris
(Over the Rainbow)
Psiu...
Depois de muito tempo, e de tanto meu caro amigo, blogueiro de carteirinha, criar expectativas para ver o que eu iria escrever, resolvi atendê-las e escrever um pouquinho. Assim como sugere o título, o objetivo deste blog é levá-los a fazer uma viagem pela leitura e, com certeza, espera-se que esta viagem siga um trajeto inesquecível e mágico, portanto, espero não decepcioná-lo, caro leitor, pois vou fazer uma analogia entre a magia e a realidade. Mas prometo que depois, farei um roteiro especial para que você possa se esquecer um pouquinho desse mundo real ou mesmo refletir sobre ele.
Então, vamos lá.
Eu moro numa terra que não é Tão Tão Distante mas também não é o País das Maravilhas, e muito menos eu me chamo Alice. Essa terra também não é a terra do Mágico de Óz e eu também não sou a Dorothy. Onde moro e quem sou eu, então? Tire suas próprias conclusões.
Apesar de não estar em nenhum lugar destes que citei, há alguém que acredita ser o Mágico de Óz e pensa estar em Tão Tão Distante, embora pareça mesmo ser um ogro. Você conhece a história do Mágico de Óz? Para quem não conhece, vou resumí-la, mas prometo contá-la inteirinha numa outra oportunidade. Havia uma menininha chamada Dorothy que foi parar numa estranha cidade após ter sido levada por um tornado. Dorothy queria chegar até o Mágico de Óz na esperança de que a levasse de volta para a casa de seus tios, com quem morava, no Kansas. No caminho de tijolos amarelos que percorreu, encontrou um espantalho, cujo maior desejo era possuir um cérebro, um homem de lata que desejava muito ter um coração e um leão covarde que queria ser corajoso. Mas no fim descobrem que não precisam nada daquilo, pois as virtudes que têm são muito mais do que imaginavam.
Então, qual era seu maior desejo do Homem de Lata? Possuir um coração, não era? Pois é, aqui nesta terra, há muitos homens de lata, mas com uma grande diferença. Eles não querem um coração, aliás, eles até têm um, mas se esqueceram dele. Você deve estar se questionando porque alguém que tem um coração o ignora. É isso mesmo, aqui as coisas ocorrem inversamente. Ou você acha que pessoas que passam por cima de qualquer princípio de dignidade, que ignoram o dom que Deus deu à humanidade de cuidar do próximo e que pensam serem os donos da verdade exalando poder, somente porque possuem um status que não passa de uma inescrupulosa troca de favores medíocres, cujo trajeto que os levaram até onde chegaram não são de pedras amarelas como o caminho de Dorothy, mas são escadas humanas, ainda possam merecer ou sequer lembrar que têm um coração? Se sua resposta for sim, é uma pena, você é o homem de lata da vida real, mas se você parou pra pensar e respondeu não, ótimo. Você ainda tem um coração. É o Homem de Lata do mundo de Óz.
Aqui também há leões, que acovardam-se, mas que não estão nem um pouco interessados em ir em busca de coragem. Esses leões do mundo real, estão cada vez mais ferozes, vorazes. Abocanham o que vem pela frente, principalmente se alguém ousa impedí-los de correr atrás de suas presas, aquelas que o incomodam por enxergar a verdade e questionar o que está errado. Há também aqueles que escondem-se, mesmo vendo a presa em sua frente, só para ficar mais cômodo, pois ainda não adquiriu a coragem de um leão, nem mesmo a desejou. Neste mundo, há espantalhos. Muitos espantalhos. Há alguns que já possuem cérebro, mas que preferem pensar com o cérebro dos outros. Há aqueles que não possuem e não buscam nenhum, o que os outros pensarem está certo.
Mas espere aí! Nem tudo está perdido! Não chegamos ainda ao Mágico de Óz. Quem será ele?
Ele é a Esperança. A esperança de que um dia os verdadeiros Homens de Lata abram os seus corações, os Espantalhos desenvolvam a sua capacidade de pensar e os Leões encontrem a coragem que precisam para enfrentar as batalhas do mundo real, acabando com as falsas promessas de que tudo ocorrerá num passe de mágica e de que o reino encantado possui somente um rei. Assim como Dorothy conseguiu voltar à sua terra, vamos também nós, voltarmos à nossa. Vamos dar um novo formato ao nosso Kansas City, chega de Brejo que, aliás, faz parte de outra história, não menos merecedora de nossa atenção, mas que deixaremos para uma próxima vez. Vamos calçar nossos sapatos mágicos e ir além do arco-íris (Over the Rainbow), que além de tudo, é uma ótima canção para se cantar e encher o nosso coração de esperança.

Um comentário:

  1. Agora sim tu me tiraste da expectativa sem fim... Agora tu conseguiste nos levar por uma "viagem sem fim" pelo mundo da literatura! Na verdade eu conheço mui superficialmente estas histórias, pois estou em débito grande com a literatura, mas ainda espero, dentre outros a que tu fazes referências, ler ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (por inteiro).
    Obrigado pelo presente! Parabéns! Na verdade eu me senti em Candói mesmo e as figuras referenciadas são muito reais, de carne e osso! Talvez algumas não têm coração, outras não têm cérebro e outras ainda são covardes!
    Abjçs!!! Sergio Bucco

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